Atraso no auxílio de estudantes da USP gera protestos e questionamentos

Vereadora Thainara Faria (PT) solicitou informações à reitoria da USP. O documento foi aprovado no plenário da Câmara.
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O atraso no pagamento do Programa de Apoio à Permanência e Formação Estudantil (PAPFE) aos alunos da Universidade de São Paulo (USP) tem causado transtornos a quem depende do auxílio para arcar com custos como moradia e transporte. Nesse sentido, a vereadora e vice-presidenta da Câmara, Thainara Faria (PT), protocolou, na sexta-feira (21), o Requerimento nº 459/2021, que trata de Moção de Apoio aos estudantes da universidade e solicita que sejam tomadas providências da administração quanto à falta de assistência ao PAPFE.

A parlamentar foi procurada pelo corpo discente da universidade após a Superintendência de Assistência Social, órgão responsável por administrar as políticas de permanência estudantil, comunicar, sem nenhuma justificativa, que os estudantes contemplados pelo PAPFE não receberiam o auxílio na data prevista, mas sim na primeira semana de junho.

No documento, Thainara ressaltou a importância do auxílio para a manutenção e complementação da renda dos alunos e alertou que o não pagamento do benefício traz prejuízos, como a evasão escolar. “O atraso do auxílio na data correta leva milhares de estudantes, comprovadamente em situação de vulnerabilidade socioeconômica, a comprometerem suas rendas, atrasando o pagamento de contas, aluguéis e até mesmo a compra de alimentos. O não cumprimento de uma política, que promove condições para que o estudante mantenha e amplie suas atividades acadêmicas, prejudica a formação acadêmica íntegra”, enfatizou a vereadora

Auxílio alimentação

Desde março de 2020, ocasião em que a USP paralisou suas atividades presenciais em razão da pandemia, os alunos beneficiários do Auxílio Alimentação perderam acesso às refeições que eram disponibilizadas gratuitamente, ou a preço muito reduzido, nos restaurantes universitários.

Após um ano de negociação das entidades estudantis, a USP passou a disponibilizar uma marmita por dia aos alunos. Porém, Thainara reforça que a quantidade não supre a necessidade alimentar básica e ainda expõe o estudante a riscos, diante da atual crise sanitária.

“A maioria dos estudantes de baixa renda residem longe do campus, devido à especulação imobiliária. Para buscar uma única marmita para a alimentação de um dia inteiro, eles são obrigados a se deslocar, arcando com os custos da passagem, e a se expor ao risco de contágio. A USP demonstra irresponsabilidade e descaso com o Auxílio Alimentação. Por isso, é muito importante que a reitoria da universidade se posicione de forma séria e tome providências em relação à questão”, defendeu.

O requerimento foi aprovado pelos vereadores durante a 19ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Araraquara, realizada na terça-feira (25), e será encaminhado à reitoria da USP.




Publicado em: 27/05/2021 16:26:12