Prevenção de doenças e educação no trânsito são discutidos na Sipat

Visualize fotos

A segunda parte da Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Sipat) 2017 da Câmara foi realizada nos dias 31 de agosto e 1º de setembro, no Plenarinho da Casa de Leis. Depois dos encontros de junho, nos quais foram discutidos assédio moral e discriminação no ambiente de trabalho, ginástica laboral e meio ambiente, foi a vez de falar sobre educação no trânsito e prevenção de Aids e doenças sexualmente transmissíveis (DST). A Sipat foi organizada pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) em parceria com a Escola do Legislativo. “O objetivo da Semana é promover o conhecimento e conscientizar os servidores sobre prevenção de acidentes, saúde e segurança no local de trabalho. Parabenizo a todos os organizadores pela seleção dos temas e dos palestrantes, que, com certeza, trouxeram informações de relevância para os nossos servidores”, declarou, ao final do evento, o presidente da Câmara Municipal, Jéferson Yashuda Farmacêutico (PSDB).

 

Questão de saúde

O palestrante da tarde da quinta-feira (31) foi Alberto Carlos Andreone de Souza, representante do Grupo de Apoio ao Portador de HIV de Araraquara (Gaspa) e da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS (RNP+Sol Araraquara). Ele apresentou informações abrangentes sobre DST e HIV/Aids, distribuiu preservativos e material informativo e conduziu dinâmicas de grupo para esclarecer dúvidas. “Muitas dessas infecções estão ‘na moda’ na nossa cidade e no país, como a sífilis, por exemplo. Porém, como a sexualidade é um tema tabu em muitas famílias, as pessoas não conversam sobre o assunto. Os jovens, então, acabam aprendendo na rua, de forma errada, e praticando sexo sem proteção”, apontou. Souza informou que o número oficial de portadores do vírus HIV em Araraquara está em torno de 2 mil pessoas. “Esse dado, porém, não é confiável, porque há muita gente que se recusa a usar o preservativo em suas relações sexuais e muita gente que tem medo de fazer o teste. Ou seja, é grande a probabilidade de que essas estatísticas sejam subestimadas.” Portador do vírus HIV há 17 anos, ele falou das limitações e dificuldades que enfrenta e alertou: “Quando se trata de DSTs e HIV, o fato é que, sem o preservativo, ou você adquire ou transmite. Faço esse trabalho de informação para evitar que aconteça com outras pessoas o que aconteceu comigo. É importante que haja multiplicadores, levando informação e conscientização a outras pessoas”, concluiu.

 

Questão de educação

O tema das discussões da sexta-feira (1) foi educação no trânsito, ministrado por Adriano Amancio Parreira, técnico de formação profissional do Serviço Social do Transporte – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat). “A educação no trânsito reflete a educação em geral”, observou Parreira. “Infelizmente, o trânsito reflete a má educação e a falta de ética que as pessoas tendem a manifestar quando sentem que são anônimas ou pensam que não estão sendo observadas”, completou. Segundo o técnico de formação profissional, um dos principais fatores que complicam o trânsito é a pluralidade: “Temos uma grande quantidade de pessoas com experiências e expectativas diferentes, dividindo o mesmo ambiente. Há quem se considera profissional e quem não se considera, quem não tem a mínima noção do que está fazendo, o pedestre que não passou, necessariamente, por uma autoescola e não tem obrigação de conhecer as leis do trânsito, o adolescente andando de bicicleta, e até o cachorro passeando. Todos estão em trânsito, e todos têm direitos no trânsito”. No caso dos direitos, apontou que as pessoas se relacionam com eles de acordo com o veículo que estão dirigindo. “Você quer exercer o direito de atravessar na faixa quando é pedestre, mas quer o direito de passar quando está dirigindo o carro.” Diante da complexidade do tema, o conselho de Parreira é “tentar se colocar no lugar do outro. O trânsito deveria ser comunitário, mas é visto como uma competição, e as pessoas geralmente não são muito educadas em competições. Nos últimos tempos, o volume do trânsito aumentou, e o nível de informação também. O perfil dos motoristas está melhorando, mas cada um precisa fazer a sua parte para termos um trânsito melhor”, concluiu.




Publicado em: 01/09/2017 18:57:17