Com o objetivo de pedir esclarecimentos sobre as atividades do início da atual gestão e conhecer os indicadores da Maternidade Gota de Leite de Araraquara, a Comissão de Saúde, Educação e Desenvolvimento Social, da Câmara Municipal, articulou uma reunião entre a diretoria do hospital e os vereadores, na quarta-feira (26).
Os parlamentares pediram informações sobre o número de partos normais e cesárias realizados pela maternidade, além de solicitarem esclarecimentos sobre as condutas adotadas pela Gota. Em fevereiro, foram realizados 102 partos normais e 76 cesárias; já em março, foram 124 partos normais e 102 cesárias. A média atual de partos normais está abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 10% a 15%. A organização orienta claramente a prática de cesariana apenas quando há razões médicas para a realização da cirurgia.
“Nós realizamos, praticamente, 50% de partos cesárias. Países de primeiro mundo têm um percentual de apenas 20%. Nossa conduta é tentar o parto normal enquanto for seguro para a mãe e para o bebê, porque é melhor para eles e para as mães”, destacou Émerson Carlos, que além de diretor técnico, também é médico. Ele afirmou ainda que a chance de morte materna é 25 vezes maior em cesárias e que a amamentação é mais fácil para recém-nascidos de partos normais. “A criança tem o direito de nascer quando estiver pronta”, ressaltou Lúcia Ortiz, diretora executiva. Para Luís Antônio Melhado, diretor financeiro, o fato de a Gota tentar o parto normal é um mérito. “A França, por exemplo, tem um percentual de apenas 15% de cesárias.”
Óbitos não têm relação com partos
Os vereadores questionaram se há óbitos de bebês por conta da espera por partos normais. Segundo Carlos, eles seguem as indicações do Ministério da Saúde, e o parto normal é aguardado apenas enquanto é seguro. Emanuelle Laurenti, diretora hospitalar, afirmou que, este ano, a maternidade registrou duas mortes, uma por prematuridade extrema e a outra por malformação congênita do coração do bebê. “Nenhum dos óbitos teve relação com o parto”, destacou.
Lúcia colocou-se à disposição para atender os vereadores sempre que necessário e ressaltou: “Estamos revendo alguns processos de trabalho e fortalecendo outros, com a finalidade de melhorarmos o atendimento”. A fim de fortalecer o vínculo mãe-bebê, a Maternidade Gota de Leite conta com UTI, UCI, leitos Mãe-Canguru, Posto de Coleta de Leite Humano, Agência Transfusional e Ambulatório 36 semanas.
Os parlamentares propuseram a realização de uma audiência pública na Câmara Municipal, para que essas informações sejam esclarecidas para a população. O evento contará com transmissão pela TV Câmara e ocorrerá no dia 11 de maio, às 19h30.
Administração do hospital
Segundo a diretora executiva, inicialmente, a nova diretoria ouviu as demandas dos funcionários, para, em seguida, começar a construção de uma nova estrutura administrativa. “Precisamos de servidores de carreira nos cargos administrativos, para garantir a continuidade do serviço, com qualidade, nas próximas gestões”, frisou.
Lúcia afirmou ainda que a contratação de funcionários ocorrerá em conformidade com a legislação vigente, garantindo a ampliação do serviço para a população. “Acabaremos com as irregularidades na contratação de funcionários.”
Também participaram da reunião o presidente da Câmara Municipal de Araraquara, Jéferson Yashuda Farmacêutico (PSDB), e os vereadores Edio Lopes (PT), Elias Chediek (PMDB), Edson Hel (PPS), Gerson da Farmácia (PMDB), Juliana Damus (PP), Magal Verri (PMDB), Paulo Landim (PT), Rafael de Angeli (PSDB), Roger Mendes (PP), Toninho do Mel (PT) e Zé Luiz (PPS), além da diretora administrativa, Fernanda Lourenço.
Publicado em: 26/04/2017 19:12:05