Com o aumento de 493% no número de queimadas urbanas em Araraquara — comparando dados de abril de 2015 e deste ano —, representantes da Prefeitura, Câmara Municipal, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Meio Ambiente, Segurança Pública, Guarda Civil Municipal e Departamento Autônomo de Águas e Esgotos (Daae) se reuniram na quinta-feira (28) para discutir ações integradas e frear a ação criminosa. Autor da Lei que institui a Semana Municipal de Conscientização, Prevenção e Combate a Prática de Queimadas Urbanas, o presidente da Câmara de Araraquara, Elias Chediek (PMDB), defendeu treinamentos para o efetivo da Guarda Municipal, a inclusão de campanha publicitária na TV Câmara e a criação de uma taxa de vistorias da Defesa Civil — onde os recursos seriam destinados a um fundo para aquisição de equipamentos pelo órgão. “A sugestão da criação da Lei é importante, pois a Defesa Civil está ficando sobrecarregada pela iniciativa privada para realizar vistorias e acaba não recebendo nada para realizar este serviço. Isso também poderia ser uma forma de garantir recursos para novos investimentos”, afirma.

 

Alarmante

O representante da Defesa Civil, Edson Aldalberto Alves, apresentou números alarmantes. De acordo com ele, além do crescimento no registro de queimadas urbanas no mês de abril, nos quatro primeiros meses deste ano, os casos já são 131% maiores do que o mesmo período do ano passado — sendo 93 em 2015, frente a 215 em 2016.

“É preciso unificar ações com os órgãos que atuam no combate as queimadas porque os números são alarmantes e temos que ter mais condições de apoiar, afinal, os órgãos sozinhos possuem pequenos efetivos para atuar e podemos unificar as forças, bem como envolver a iniciativa privada”, defende. Alves também sugeriu a criação de uma Comissão Permanente de Estudos com o objetivo de buscar recursos e realizar as ações de forma integrada. Outro apontamento foi a necessidade de criação de um banco de dados para centralizar as informações de atendimentos e autuações realizadas pelos diferentes órgãos. Para o prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) não há justificativas para um aumento tão significativo, a não ser uma ação orquestrada e criminosa. De acordo com ele é urgente que o grupo consiga realizar ações efetivas de combate as queimadas urbanas e a Prefeitura tomará todas as medidas necessárias no mesmo sentido.

“Os números estão subindo assustadoramente. Temos que redobrar a atenção para este tipo de crime e é preciso prender. Temos que ficar em alerta e se pegar o sujeito praticando queimada é para prender, para servir de lição. Esta é uma situação criminosa”, considera. Barbieri também sugeriu ao presidente da Câmara a realização de uma audiência pública no mês de maio para discutir o tema, sensibilizar a população e também a construção de uma legislação para as vistorias realizadas pela Defesa Civil. “Temos que ser firmes, pois quem sofre com isso é a própria população, que vai lotar as UPAs com problemas respiratórios por causa de criminosos. Essa integração é fundamental para providenciar ações efetivas para encerrar essa alta onda de queimadas”, finaliza.

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