A história que lhe chegou foi como um pedido de socorro. Por isso, o vereador Edio Lopes (PT) passou vários dias no local para conferir de perto as condições gerais. Percorreu quilômetros, conversou com moradores e constatou que a situação era muito pior do que lhe foi desenhado. O parlamentar encontrou estradas em péssimas condições, pontes caídas e algumas prestes a desabar, desolação e desespero dos agricultores familiares do Assentamento Monte Alegre. Muitos desses agricultores estão com intenção de deixar seus lotes, pois não têm como receber insumos e nem como escoar a produção, uma vez que os motoristas de caminhão não conseguem entrar no assentamento. “Está difícil trabalhar e sobreviver”, diz um deles. “As pontes que ligam o Monte Alegre às cidades de Araraquara, Matão e Motuca foram levadas pelas águas das chuvas do início do ano e deixaram os produtores rurais isolados”, constatou Lopes. Um dos assentados informou que produzia cerca de 38 mil frangos a cada 45 dias e hoje está com a granja fechada. “Só estou comendo porque meu filho trabalha na cidade”, garantiu. Segundo o parlamentar, os agricultores que ainda conseguem produzir vêm encarecidos os seus produtos, uma vez que os “caminhos”, em péssimas condições para se trafegar, foram aumentados em vários quilômetros. Zé Negão, um dos assentados, reclama que “começaram a mexer com as estradas colocando o cascalho, mas o trabalho foi interrompido”. Outro morador, Sr. Aluízio, diz que a estrada que passa ao lado do seu lote “tem mais de 12 anos que não vê uma melhoria”. Afirmou que por conta disso, “a represa estourou, levou o aterro e nós ficamos ilhados. Foi falta de manutenção”. Lopes viu que cada família vive sua dificuldade, seja na produção, seja para acessar serviços essenciais, como se deslocar até o posto de saúde ou para mandar os filhos para escola, correndo perigo de vida nas estradas e pontes prestes a cair. “As pontes são uma página à parte, pois das sete pontes existentes, quatro foram levadas pelas águas, uma de troncos de eucaliptos está podre e sem sustentação, uma cedeu quase um metro, e só uma delas está em boas condições”, disse o vereador após uma averiguação. Ouvindo produtores, vendo a realidade do Assentamento Monte Alegre, Lopes ficou sensibilizado com tantas dificuldades, tanto sofrimento e quer saber de quem é a responsabilidade e a quem cabe resolver tantos problemas. Para encontrar uma solução, convocou uma reunião envolvendo representantes das prefeituras de Araraquara, Matão e Motuca, da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), responsável pelo assentamento e do Ministério Público. O encontro acontecerá na quinta-feira (14), às 9 horas, no Plenário da Câmara Municipal. “Queremos dialogar, para que juntos possamos encontrar uma saída. Os assentados só querem ter o direito de trabalhar”, finaliza Lopes.
Publicado em: 12/04/2016 23:09:10