A falta de comunicação com os reservatórios causada possivelmente por um raio foi apontada como fatores suspeitos que motivaram ultrapassar o nível exigido na caixa d’água do Sesi, na Vila Xavier. Esse episódio teria causado o rompimento do reservatório e, ocasionalmente, a morte de duas pessoas. A informação foi dada na quinta-feira (4), à Comissão Especial de Inquérito (CEI) do Daae, criada pela Câmara Municipal de Araraquara.

A primeira a depor foi Priscila Mariano Curvello, que trabalhava no dia do acidente, em 11 de novembro do ano passado. O CCO controla todos os reservatórios, mas naquele dia a rotina foi diferente. Um raio caiu na região do Centro de Operações o que teria impedido o acesso e o total controle do sistema, deixando o monitoramento das 67 áreas no escuro. A equipe, então, seguiu o protocolo e acionou a empresa responsável, no caso a Vector. Paralelo a isso, aguardou o retorno do sistema utilizado para controlar remotamente o nível dos reservatórios. Em alguns deles como do Sesi, o nível da água trabalha programado para desligar o abastecimento no caso de alguma anormalidade. Em meio ao apagão, a única maneira de evitar manualmente que o nível de água do reservatório do Sesi ultrapassasse o seu limite, de acordo com a funcionária do CCO, era desligar o bombeamento da água dos poços e bombas ligados a caixa d’água da Vila Xavier cortando o ciclo do abastecimento. Essa medida não foi tomada porque a orientação era aguardar o retorno do sistema. Carlos Marques Oliveira é engenheiro eletricista da Vector, em Jundiaí, e foi intimado porque, no dia do acidente, estava trabalhando em Araraquara. Ele afirmou que o raio provavelmente ocasionou a queima de rádios e peças. Sem eles, a transmissão com os dados sobre os níveis foi cortada impedindo a comunicação interna e externa, ou seja, não permitindo o monitoramento.

Um dos cinco sócios da Vector, Melquisedeck Nunes da Silva, também foi ouvido e falou sobre os serviços prestados que permitem a visualização das informações até mesmo via internet e garantiu deixar sempre um funcionário a disposição da autarquia. Com 20 anos de trabalho prestados para empresas de saneamento, ele admitiu nunca ter visto um rompimento de reservatório como este registrado em Araraquara. O próximo depoimento será na quinta-feira (11), às 14 horas, após o Carnaval. Fausto Favale, da Empresa Favale Associados, foi convocado ao ser citado pelo engenheiro Waldeney Paschoalino, da Falcão Bouer, durante seu depoimento aos representantes da CEI.

Instaurada em 17 de novembro, após o rompimento do reservatório da Vila Xavier, seis dias antes, a CEI da Câmara Municipal tem como presidente o vereador Edio Lopes (PT), o relator William Affonso (PDT) e os demais membros Jair Martineli (PMDB), Farmacêutico Jéferson Yashuda (PSDB) e Juliana Damus (PP).

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