Vereador apoia proposta de reforma agrária na Maringá

Durante ato em defesa dos trabalhadores, Feraesp defende criação de novo assentamento
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O vereador Edio Lopes (PT) apoia a criação de um novo assentamento nas terras da Usina Maringá. A proposta da Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp) foi lançada durante ato em defesa dos trabalhadores da usina, na manhã de terça-feira (17). Lopes lembra que a usina está parada em plena safra. “Se a terra não está sendo aproveitada, se está praticamente devoluta, nada mais justo que fazer a reforma agrária”, afirma. “A usina está devendo salários e direitos trabalhistas aos trabalhadores, deve milhões ao governo federal e não tem condições de continuar na situação que se encontra. Para o vereador, no entanto, antes de criar um novo assentamento, “é preciso fazer um levantamento completo e acertar a situação dos trabalhadores para depois fazer uma reforma agrária, dando as condições adequadas, acesso a linhas de crédito e tudo o que for preciso para que o novo assentamento possa beneficiar centenas de famílias”. De acordo com Lopes, “temos que defender quem necessita de terra para trabalhar e proporcionar as condições para que possam produzir e ter uma vida digna; nesse sentido, a proposta tem todo o meu apoio e coloco meu mandato à disposição dos trabalhadores da Maringá”.

 

Manifestação

Com apoio da Feraesp e do Sindicato dos Empregados Rurais de Araraquara, cerca de 500 sem terra se reuniram na entrada da usina em um ato em defesa da reforma agrária. Elio Neves, presidente da Federação, disse que “se o empresário não dá conta de tocar a usina, que ela seja administrada pelos trabalhadores”. Neves frisou que “esse golpe vem de muitos anos; a usina tem uma dívida de R$ 1 bilhão”. Segundo ele, só ao Banco do Brasil e ao INSS são R$ 800 milhões. “A reforma agrária pode não ser a solução ideal, mas hoje é a melhor alternativa para resolver essa situação”, destacou. Secretário geral da Fereaesp, Aparecido Bispo, observou que “a Maringá está falida, com uma dívida impagável, devendo quatro meses de salários; tem que passar para as mãos dos trabalhadores”. Segundo ele, em maio, a Advocacia Geral da União (AGU)) publicou a normativa nº 12 dando ao Ministério do Desenvolvimento Agrário  (MDA) disponibilizando áreas para a reforma agrária. “Estamos aguardando uma conversa com o MDA para pressionar Incra e conseguir a reforma agrária aqui”, discursou. O ato reuniu sem terra de Bauru, Ribeirão Preto, São Carlos, Pederneiras, Lins, Ibaté, Descalvado, Barretos, Américo Brasiliense, Boa Esperança do Sul e Itápolis, entre outras cidades, além de receber apoio de sindicatos de diversas categorias profissionais. No final, foram distribuídas 11 toneladas de alimentos aos trabalhadores.




Publicado em: 20/06/2014 14:49:01