“A existência precede a essência”. O pensamento desenvolvido pelo filósofo francês Jean-Paul Sartre (1905-1980) foi tema da primeira Mesa Redonda do projeto Filosofia na Câmara, promovida, de forma virtual, na noite da sexta-feira (10), pela Frente Parlamentar em Defesa da Cultura e da Educação, presidida pela vereadora Fabi Virgílio (PT). O evento foi transmitido ao vivo pela TV Câmara (canal 17 da NET) e pelas redes sociais do Poder Legislativo, com emissão de certificado pela Escola do Legislativo (EL).
De acordo com os organizadores, o objetivo do encontro é apoiar, ampliar, promover e desenvolver ações relacionadas à cultura e à educação, bem como às questões filosóficas. Para isso, foram convidados Marcelo Carbone Carneiro, professor da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (Faac) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Bauru, e Anderson Piva, mestre e, atualmente, doutorando em Ciências Sociais pela Faculdade de Ciências e Letras (FCLAr) da Unesp de Araraquara.
Conferência de Araraquara
Fabi abriu o evento com a seguinte citação de Sartre: “O homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo e só depois se define”. A vereadora contextualizou a Mesa Redonda como uma celebração ao “Dia de Sartre no Município de Araraquara”, instituído pela Lei nº 5.373/2001, em homenagem à visita do filósofo a Araraquara, no dia 04 de setembro de 1960, acompanhado de Simone De Beauvoir.
O professor Carneiro é quem assina a apresentação da terceira edição do livro “Sartre no Brasil: A Conferência de Araraquara”, lançada pela editora Unesp, que resgata justamente a conferência proferida pelo existencialista francês em sua passagem pela cidade. “Cabe à filosofia não mais pensar o mundo, mas agir para transformá-lo. A filosofia, cita Sartre, não é apenas uma visão de mundo, um conhecimento dogmático ou relativista, mas é, ao mesmo tempo, uma ação sobre o mundo, no sentido de que nasce da ação e prepara a ação”, frisou o professor.
Piva resgatou outro pensamento de Sartre, compartilhado durante a conferência em Araraquara, em que, provocado pelo professor Fausto Castilho, o francês lança o pressuposto: “o marxismo é a filosofia insuperável do nosso tempo”. “Com esta afirmação, Sartre queria apontar para duas coisas: a primeira é que a filosofia depende do meio onde é produzida, o que é um preceito marxista. E, em segundo lugar, portanto, ela só poderia ser superada quando este meio material fosse superado”, explica Piva.
Além do evento desta noite, outras atividades integram a programação da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura e da Educação. Já na próxima semana, nos dias 15, 16 e 17, será realizado, de forma virtual, um ciclo de palestras em homenagem ao centenário de Paulo Freire, com transmissão ao vivo na TV Câmara, Facebook e YouTube.
Confira a íntegra do evento aqui:
Publicado em: 10/09/2021 21:50:53