Evento consolida criação do Dia das Pessoas com Altas Habilidades ou Superdotação

Vereadora Fabi Virgílio (PT) conversou online com especialista para desmitificar assunto
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A tarde da quarta-feira (10) marcou o Dia das Pessoas com Altas Habilidades ou Superdotação. Para dar visibilidade ao tema, a vereadora Fabi Virgílio (PT), autora da Lei nº 10.457, de 30 de março de 2022, que instituiu e incluiu a data no Calendário Oficial de Eventos do Município de Araraquara, realizou, neste dia, um evento online, com a participação do psicanalista Gustavo Cesar Gandolfi, graduado em Psicologia pela Uniara, mestrando em Psicologia da Educação pela PUC-SP, advogado e presidente da Casa de Fraternidade Chico Xavier.

Na ocasião, a parlamentar conduziu a reunião, fazendo questionamentos ao especialista no intuito de esclarecer aspectos diversos pertinentes ao assunto. “Esse evento representa uma sementinha que, ao longo dos anos, dará frutos. A minha expectativa é que essa discussão de hoje vá se aprimorando, criando caminhos e jogando luz sobre um tema que até então era considerado invisível na sociedade”, salientou Fabi.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), que instituiu o Dia Internacional da Superdotação em 10 de agosto, 5% da população mundial têm altas habilidades. Segundo Gandolfi, participar do evento neste dia é uma grande satisfação, “principalmente por eu estar aqui falando sobre esse assunto, sabendo que agora existe lei que estabelece a data no calendário de Araraquara”.

Ao ser questionado pela vereadora como pais e responsáveis podem identificar se o filho tem altas habilidades ou superdotação, o psicanalista afirmou que o processo de identificação passa pelo crivo de um profissional qualificado, sendo que, a partir de 2 anos e meio a 3 anos de idade, já é possível identificar traços de capacidade cognitiva diferenciada do esperado nessa faixa etária.

“A precocidade, no entanto, não pode ser com confundida com altas habilidades. Nem toda criança precoce é superdotada, mas todo superdotado foi uma criança precoce em algum momento”, alertou.

Para Gandolfi, o desenvolvimento pleno das potencialidades seja na área artística, acadêmica, na matemática ou musical está ligado à precisão do diagnóstico. “Muitas crianças estão com seus talentos não percebidos, quando na verdade são consideradas hiperativas, ou cria-se o mito de que superdotados são gênios, devendo ser excelentes em todas as áreas e resultando em frustração.”

Fabi também questionou o psicanalista como as políticas públicas podem colaborar no processo de orientação e acolhimento a pessoas com altas habilidades ou superdotação. Em resposta, ele informou a necessidade da sociedade se organizar para cobrar do poder público a criação de leis e outras regulamentações que promovam a efetividade e a garantia ao desenvolvimento dessas pessoas.

“A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) em vigor tem um capítulo específico para a educação especial, incluindo a alta habilidade. Ela prevê, por exemplo, ingresso antecipado ao jardim de infância e ao ensino fundamental, saltar séries, enriquecimento curricular, plano de estudo abreviado, matrícula simultânea em dois níveis de ensino, entre outras implementações. A regra de ouro da inclusão é que a sociedade se adeque e não que o indivíduo se ajuste à inclusão”, finalizou.




Publicado em: 12/08/2022 17:36:16