Com o intuito de incrementar e promover as manifestações artísticas na cena cultural de Araraquara, especialmente na dança, a Câmara realizou a Audiência Pública para discussão de novas propostas voltadas à Escola Municipal de Dança (EMD) “Iracema Nogueira”, instituição que desde 2002 executa importante trabalho de inclusão social por meio da arte.

O debate organizado e mediado pelo vereador Alcindo Sabino (PT) levantou questões como a continuidade dos estudos por esses alunos após o encerramento do período na instituição, já que muitos deles vivem em bairros marcados pela vulnerabilidade socioeconômica e não têm a oportunidade de seguirem nos estudos e se tornarem profissionais da dança.

Além da possibilidade de pagamento de uma bolsa-auxílio para os estudantes durante o processo de formação, foi tratada a implantação do Curso de Licenciatura em Dança na modalidade de Educação a Distância (EaD), oferecido pela Universidade Aberta do Brasil (UAB) em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), que formalizou seu interesse em trazer a graduação para a cidade.

Alcindo explica que essa iniciativa pode ser considerada uma resposta às políticas públicas existentes no município, contemplando a escola de dança com mais de 20 anos de atividade e a celebração do Festival Internacional de Dança de Araraquara (Fida).

Gilsamara Moura, professora doutora na UFBA e idealizadora da EMD, ressaltou a importância do ensino superior não só para os alunos, mas para toda a comunidade. “Este curso não beneficiaria apenas os jovens, pois existem pessoas que estão trabalhando com dança há décadas e que não têm a possibilidade de se deslocarem a grandes centros para fazer uma graduação. Então, o EaD chegaria como uma oportunidade de ensino semipresencial.”

Na sequência, Antrifo Sanches, diretor da Escola de Dança da UFBA, falou sobre o funcionamento da licenciatura, que atualmente está presente em oito cidades da Bahia, contando com 264 alunos matriculados que participam de aulas virtuais, apresentações de trabalhos teóricos e práticos, avaliações periódicas e três encontros presenciais a cada semestre.

A coordenadora pedagógica da EMD, Lúcia Krepski, informou que atualmente 75% dos estudantes da instituição são de regiões periféricas da cidade e que a bolsa poderia minimizar questões financeiras que levam esses jovens a serem “engolidos” pelo mercado de trabalho, desistindo de se profissionalizarem na dança.

“Eu trabalho e preciso me desdobrar para conseguir fazer as aulas aos sábados. Com a bolsa, eu conseguiria dar 100% do meu tempo para fazer uma coisa que, no futuro, possa me levar a um lugar que eu quero conquistar”, declarou Giullia Santos Gomes, que está na EMD desde 2018 e encerrará seu ciclo na escola de dança.

Após o término dos debates, o parlamentar afirmou que a partir de agora continuam os diálogos entre a UFBA e secretarias municipais de Educação e Cultura para as tratativas sobre a implantação do curso de graduação. Além disso, haverá uma formatação do modelo de bolsa oferecido aos alunos e, em seguida, o projeto será apresentado na Câmara. Se for aprovado, poderá ser implantado em meados de 2024.

Também estiveram presentes na audiência a vereadora Fabi Virgílio (PT); Márcia Maria da Costa, coordenadora executiva de Políticas Educacionais; Carlos Fonseca, professor-coordenador técnico da EMD “Iracema Nogueira”; professores, familiares e alunos da escola de dança.

O evento foi transmitido ao vivo pela TV Câmara Araraquara e está disponível para ser assistido a qualquer momento pelo YouTube e Facebook.

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