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A história da Gota de Leite teve início em Araraquara há 101 anos, quando um grupo formado por nomes hoje notórios na cidade – o médico Francisco Pedro Monteiro da Silva, o então vereador João Ignácio do Amaral Gurgel e os professores Augusto e Narciso da Silva César – alugou um imóvel para instalar o primeiro Banco de Leite do município no local onde hoje se encontra a Casa Bethânia, na Avenida Duque de Caxias. “Era 1916, e nascia a campanha ‘Doe uma gota de leite para o bebê que não tem onde mamar’”, contou a superintendente da Fungota, a pediatra Maria Regina Goulart Barbieri Ferreira, que ocupou a Tribuna Popular da 6ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal, realizada nesta terça-feira (21), para apresentar uma retrospectiva dos momentos mais marcantes dessa história.
O Banco de Leite pioneiro evoluiu para a construção de uma maternidade em um terreno de três mil metros quadrados doado pela família Minervino, que perdera um filho para a gripe espanhola. A pedra fundamental do edifício foi lançada na Rua Carlos Gomes em 24 de setembro de 1922, e a maternidade foi inaugurada em 25 de janeiro de 1929.
Maria Regina apresentou uma série de transformações pelas quais a maternidade passou ao longo do último século, como a inauguração do anexo, o Hospital da Mulher Nály Lauand Thomé, em 1993, e a marcante gestão do Dr. Eduardo Lauand, quando a maternidade conseguiu zerar a mortalidade materna durante o parto e atingiu um dos menores índices de mortalidade infantil do mundo. “A Gota de Leite é o único hospital genuinamente araraquarense. Seu ambulatório já chegou a registrar mais de 500 mil atendimentos em um ano. Porém, infelizmente, esse grande símbolo de atendimento público de qualidade às mulheres começou a enfrentar dificuldades financeiras que culminaram com o fechamento de suas portas em 2016”, lembrou.
Renascimento
“A Gota de Leite nasceu como um movimento humanista, idealista e de prestação de serviços que visava a reduzir a alta mortalidade de recém-nascidos. Esse projeto começou a ser sonhado novamente quando, em 2010, a Prefeitura assumiu todas as dívidas e o patrimônio deixado pelo hospital e iniciou a reforma completa do prédio”, explicou Maria Regina. Em 2011, a Câmara Municipal aprovou o projeto de lei que criou a Fundação Municipal Irene Siqueira Alves – Vovó Mocinha, Maternidade Gota de Leite (Fungota).
Inaugurada em 2012, a unidade, que atualmente atende cerca 90% de pacientes provenientes do SUS e 10% de planos de saúde, reduziu os indicadores de mortalidade materna e infantil. “Fomos um dos municípios que mais diminuíram os indicadores em todo o estado de São Paulo. A mortalidade materna da Fungota é zero há dois anos. Concluímos que estamos no caminho certo”, avaliou.
Contando com serviços modernos de atenção ao pré-natal, parto e nascimento, vários métodos de diagnóstico, farmácia hospitalar, fisioterapia, assistência social, coleta de leite humano, entre outros, o hospital é referência no estado e beneficia cerca de 350 mil pessoas da cidade e região. “Recebemos até mesmo pacientes de Campinas, que já está com o sistema saturado. Mas não é uma gestão fácil”, admitiu Maria Regina. “Precisamos contar com fontes de recursos federais, que demoram a serem repassados, e com outras fontes, como as prestadoras de serviços e o Comcriar. Porém, o grande parceiro e beneficiário desse serviço é o município de Araraquara e sua região, que devolve à população um serviço SUS de qualidade e eficiência, em um ambiente propício para a melhor fase da vida de uma mulher, que é a maternidade”, concluiu.
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