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Na noite da quarta-feira (16), a Câmara foi palco do lançamento da campanha “Luto contra as Violências”. Realizada em parceria com a Coordenadoria de Políticas para Mulheres de Araraquara e com a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Mulheres, composta pelas vereadoras Fabi Virgílio (PT) e Filipa Brunelli (PT) e pelo vereador Paulo Landim (PT), é uma ação coletiva, voluntária, democrática, antirracista e contra qualquer tipo de preconceitos de sensibilização social de combate às violências contra as mulheres.
A iniciativa tem como mote a grande incidência das agressões às mulheres e de feminicídios na sociedade brasileira. A expectativa é que sejam 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, com início em 20 de novembro (Dia da Consciência Negra), abrangendo o 25 de novembro (Dia Internacional pela Eliminação das Violências contra as Mulheres), até 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos).
O objetivo geral da campanha é desenvolver ações de conscientização e prevenção das violências contra as mulheres. As metas específicas são promover atitudes e comportamentos não-violentos e de rejeição face a todos os tipos de violência; desenvolver na sociedade a capacidade de perceber situações de abuso ou maus-tratos contra as mulheres em todas as áreas sociais, inclusive no ambiente de trabalho; sensibilizar e promover a participação das empresas na prevenção das violências contra as mulheres; e promover comportamentos positivos em relação às mulheres, construindo relações de gênero com equidade. Qualquer pessoa, instituição ou empresa pode participar.
A primeira versão da campanha em Araraquara, realizada em novembro de 2021, conseguiu a adesão de mais de 35 estabelecimentos comerciais da cidade. Em novembro de 2022, pretende ampliar esse alcance, incluindo instituições de ensino e repartições públicas. Em sua segunda edição, a campanha “Luto contra as Violências” é um marco importante para o município. Mas a ação vem acompanhada de outros movimentos com o mesmo objetivo. Na Câmara de Araraquara, o trabalho tem sido feito continuamente pela Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Mulheres “Estamos trabalhando bravamente para atuar em algumas pautas que são muito caras a nós. O tema da violência contra a mulher é super importante e este ano uma das conquistas resultantes do trabalho da Frente é a previsão na Lei Orçamentária Anual (LOA) para a promoção de ações pedagógicas na cidade de Araraquara para combater o machismo e a violência de gênero. Sabemos que é responsabilidade do Estado o exercício pedagógico da desconstrução do machismo estrutural em nossa sociedade”, enfatizou Fabi.
O único parlamentar homem da Frente destacou seu papel como aliado da luta das mulheres. “É uma grande responsabilidade participar da Frente, passei a refletir bastante sobre qual deve ser o nosso papel nessa luta. O primeiro passo é que tenhamos consciência de que vivemos em um sistema em que somos privilegiados desde o dia em que nascemos. Devemos fazer um esforço diário para nos posicionarmos contra atitudes misóginas”, disse Landim.
A parceria entre Legislativo e Executivo foi destacada pela coordenadora de Políticas Públicas para Mulheres, Grasiela Lima. “É muito importante a rede, essa solidariedade, essa sororidade entre as mulheres no sentido de enfrentar o sistema opressor que é o patriarcado transversalizado pelo racismo, pelo capacitismo, pela LGBTfobia e por todas as outras formas de opressão”, ressaltou.
Representando o Judiciário, Clara Alvarenga, vice-presidenta da OAB Araraquara, ressaltou a importância da discussão de todas as formas de violência contra a mulher. “Fala-se muito sobre violência doméstica, mas nos esquecemos de falar sobre a violência contra as mulheres nos locais de trabalho, em cargos de poder, cargos diretivos e políticos. Sofremos violência em todos os espaços. O Judiciário, por exemplo, é um espaço muito machista”, argumentou.
A amplitude das formas de violências contra as mulheres é grande e, por isso, a importância de atuar contra toda violência de gênero. De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher é morta a cada sete horas no país e uma menina ou mulher estuprada a cada dez minutos. O Brasil é também o país que mais mata transexuais e travestis. “Por todo o planeta, nós as mulheres somos as que vivem em alerta permanente porque o assédio nos espaços públicos, nos locais de trabalho e até mesmo nos ambientes domésticos se faz sempre presente. Nós que estamos aqui hoje somos as sobreviventes da violência. Somos múltiplas e diversas, com diferentes identidades. Levantamo-nos contra as violências, contra as desigualdades e contra os preconceitos”, pontuou Maria Teresa Manfredo, psicanalista clínica e doutora em Ciências Sociais.
Também estiveram presentes no evento a coordenadora da Guarda Civil Municipal, Juliana Záccaro, e a presidenta do Conselho das Mulheres de Araraquara, Rita Ferreira.
Assista ao evento na íntegra aqui.
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