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Discutir a permissão para instalação e uso de “parklets/vaga viva” em Araraquara. Esse foi o objetivo da Audiência Pública 'Parklets: mudança de conceito para as cidades em transição' realizada na noite da segunda-feira (13). Conduzido pela vereadora Fabi Virgilio (PT), autora do Projeto de Lei nº 259/2021, que visa regulamentar os “parklets” na cidade, o bate-papo on-line contou com a participação de pesquisadores da área, da população e também do vereador Rafael de Angeli (PSDB).
De acordo com Fabi, os “parklets” são o caminho para uma cidade feita para as pessoas. "A discussão que está posta é sobre qual cidade queremos viver, e esses espaços visam proporcionar uma cidade mais humana porque substituem os estacionamentos ocupados pelos carros por um lugar de convivência a partir da extensão da calçada”, explicou a parlamentar.
Mudança de conceito
A cidade que é feita para pessoas não deve ser entendida como uma mercadoria, como um espaço de puro concreto. Nesse sentido, é necessária uma mudança de concepção e lógica da cidade. “O distanciamento das relações enfraquece o próprio sentido da cidade. Por outro lado, os ‘parklets’ tornam a cidade mais lúdica, mais amigável, menos hostil, mais humana e com maior capacidade de proporcionar os encontros”, explicou Rafael Orsi, professor da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp) Araraquara.
Os “parklets” também possuem um papel simbólico na configuração do espaço público. “Eles mostram que o cidadão tem o direito de ocupar aquele espaço, mesmo que não tenha um carro. A população que foi cada vez mais excluída pelos automóveis, devido ao estreitamento das calçadas, pode se sentir parte atuante da cidade, não apenas um ocupante”, explicou Matheus Miranda Souza, autor da monografia que apresenta um estudo sobre os “parklets” e sua aplicação no planejamento público como ferramenta de integração dos espaços com os cidadãos.
Pallets
Contudo, esse espaço deve ser pensado de modo a não excluir nenhum cidadão. Nesse sentido, a estética do “parklet” é muito importante. Um banco estofado ou alguma composição com materiais muito refinados podem causar a impressão de que aquilo não é para todos. Os pallets - tipo de estrado de madeira - são bastante usados na estruturação dos “parklets”. A arquiteta e pesquisadora Luciana Gonçalves explica que a escolha vai ao encontro de uma cidade mais sustentável. “É uma estética que tem a ver com esse momento que estamos vivendo. Não queremos nada de plástico, mas sim um material reciclável”. Ela ainda lembra que o momento de pandemia é bastante propício para trazer essa discussão, uma vez que as pessoas procuram locais abertos e ventilados para se encontrarem.
Por fim, Fabi destacou que cabe ao poder público regulamentar o “parklet”, enquanto o investimento para a construção é da iniciativa privada. “A ideia é que donos de restaurantes, cafeterias e bares optem pelas ‘vagas vivas’ de modo a tornar o espaço em que seus estabelecimentos estão localizados mais atrativos. Mas vale lembrar que o espaço continua a ser público, ou seja, qualquer cidadão pode usufruir dele, mesmo que não seja cliente”, finalizou.
Após a audiência, o Projeto de Lei nº 259/2021 segue sua tramitação na Câmara, sendo objeto de deliberação das comissões e de votação em Plenário.
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