Notícias



Representante da Unesp refuta tentativa de privatização das universidades estaduais



401


Em pronunciamento na Tribuna Popular da Câmara, na 67ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal, na terça-feira (24), a professora Aureluce Demonte, credenciada pela coordenadoria do curso de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp, Campus de Araraquara, falou sobre o tema “A crise e a tentativa de privatização das universidades estaduais paulistas”.

 

No manifesto dirigido aos representantes da sociedade araraquarense, a professora expôs o contexto deste momento de crise e greve deflagrada nas três universidades públicas do Estado. “Vamos expor os elementos envolvidos neste claro processo de desmonte do ensino público superior do Estado e, por conseguinte, a sua inegável qualidade na formação intelectual, pesquisa científica e extensão de serviços à sociedade”. Para a docente, “mais do que aviltados pela redução de 7% do nosso salário real que nos foi ofertada na nossa data base salarial, nos atribuem (servidores docentes e técnico-administrativos) a responsabilidade por uma folha de pagamento que em tese consumiria todos os recursos advindos do percentual do ICMS que é destinado às universidades públicas e acentuaria a crise financeira. É a tese que refutamos entendendo como a marcha orquestrada à privatização, apoiada nesse momento por vários artigos divulgados na mídia. A isso reagimos. E respondemos como um dever de falar a quem nos paga e a quem prestamos contas: os cidadãos desse Estado”. Aureluce lembra que a Unesp está presente em 24 campi e unidades experimentais distribuídos em todas as regiões do Estado de São Paulo, que contam com 3.730 docentes, 7.247 funcionários, 36.264 alunos de graduação e 12.818 de pós-graduação, segundo dados de 2013. “A sua presença no território do estado se traduz na formação, da ciência e da prestação de serviços à comunidade, na formação de forças de excelência intelectual, na produção do conhecimento científico e nos avanços tecnológicos e de inovação. Nesse tripé que caracteriza a universidade pública citamos o Campus de Araraquara e suas Faculdades de Ciências e Letras, Instituto de Química, Faculdade de Ciências Farmacêuticas e Faculdade de Odontologia, que têm o compromisso de formar cidadãos conscientes, atentos às necessidades sociais e agentes cooperadores para o avanço da sociedade brasileira. Falar da produção científica e citando somente alguns exemplos da área da saúde e biológicas é não esquecer que a partir dela novas ferramentas da genética impulsionaram a produção agrícola, novos medicamentos e vacinas são desenvolvidos, novos tratamentos a doenças crônicas são alçados, novos compostos dos alimentos são explorados para contribuir com a saúde e, mais que isso, a prática do pensar livre e crítico é a ciência se traduzindo no dia-a-dia”, argumentou.

 

A professora rechaçou a tentativa de destruir esse conjunto de realizações bem sucedidas e o legado de 35 anos da Unesp, que está entre as melhores universidades brasileiras e sul-americanas. “É esse espaço privilegiado onde a nação apresenta as suas competências, projeta o seu futuro e se integra ao contexto nacional que querem arrancar. O caminho da privatização das universidades públicas tenta escamotear a urgente necessidade de que o Estado brasileiro melhore o ensino básico gratuito de forma a qualificar os que têm menos dinheiro a concorrer a uma vaga meritocrática nesta Universidade. Privatizá-la equivale a arrancar o coração da nossa nacionalidade e transformar o Estado num grande mercado. Refutamos o protagonismo do mercado como saída para a pretensa crise financeira”. Aureluce disse que o movimento vai além das questões salariais. “Lutamos antes de tudo contra um projeto universitário que tenta implementar a privatização das instituições que honram este Estado. Defendemos a manutenção da Universidade Pública, Gratuita e de Qualidade, que incluiria o acesso e permanência dos estudantes de baixa renda. Contraditoriamente, ao mesmo tempo em que a política de cotas foi implementada na Unesp, houve redução orçamentária à permanência estudantil. Aqui na Casa do Povo, registramos nossa luta. Mais do que um interesse corporativo nos move a garantia do ensino público de qualidade”, finalizou.


Publicado em: 25 de junho de 2014

Cadastre-se e receba notícias em seu email

Categoria: Câmara

Comentários

Adicione seu comentário

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.


Outras Notícias

Fique por dentro

Última Sessão Extraordinária do ano vota R$ 10 milhões para saúde na terça-feira (30)

26 de dezembro de 2025

  A Câmara Municipal deve encerrar os trabalhos de 2025 com a votação de mais um crédito para a área da saúde, desta vez no valor de R$ 10 milhões. A sessão ocorrerá no Plenário, na próxima terça-...



Câmara aprova R$ 5 milhões para Saúde em Sessão Extraordinária

22 de dezembro de 2025

  A inclusão de R$ 5 milhões no orçamento da Prefeitura para investimentos na área da saúde foi o tema da 17ª Sessão Extraordinária da Câmara de Araraquara, realizada nesta segunda-feira (22)....



Documento pede informações sobre o Fundo Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa

19 de dezembro de 2025

Em Requerimento apresentado à Prefeitura, o vereador Alcindo Sabino (PT) solicita informações completas e documentadas sobre a gestão do Fundo Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa no exercício de...



Daae registra mais de 16 mil cortes de água nos primeiros nove meses de 2025

19 de dezembro de 2025

O Departamento Autônomo de Água e Esgotos (Daae) realizou 16.318 interrupções no fornecimento de água em Araraquara entre janeiro e setembro de 2025. A informação foi detalhada em resposta ao Reque...



Mulher Segura (11/12)

19 de dezembro de 2025

O aplicativo SP Mulher Segura é uma ferramenta gratuita criada para facilitar pedidos de ajuda e ampliar o acesso a serviços de proteção para vítimas de violência doméstica. Desenvolvido pela Secre...



Vacinação gestantes (11/12)

19 de dezembro de 2025

A Secretaria da Saúde reforça a importância da vacinação para gestantes a partir de 28 semanas de gestação, sem restrição de idade materna. A aplicação é feita em dose única e deve ser repetida a c...





Esse site armazena dados (como cookies), o que permite que determinadas funcionalidades (como análises e personalização) funcionem apropriadamente. Clique aqui e saiba mais!