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Araraquara, 6 de junho, 10h17 da manhã. Uma das linhas do telefone 192 toca na central de regulação do Serviço de Atendimento Movél de Urgência (Samu). Nervosa, uma mulher avisa sobre um rapaz tendo um princípio de infarto dentro do carro. O contato inicial é feito e uma viatura do apoio básico é preparada para prestar o atendimento. O caso é considerado simples, mas se fosse algo mais grave o paciente não teria o suporte avançado. Por falta de corpo funcional, somente uma viatura está disponível para a população.
Esse problema foi passado ao vereador Doutor Lapena (PP), que esteve na base do Samu nesta segunda-feira. “É impossível eles continuarem trabalhando desse jeito e correndo o risco de um paciente não ter o atendimento necessário, urgente e morrer”, diz o parlamentar que cobrará da Secretaria de Saúde uma resposta sobre os questionamentos. Essa visão do vereador e também médico, é compartilhada por quem atua diariamente no Serviço responsável por 7.837 atendimentos de janeiro a maio deste ano. Desse total, 632 de casos muito urgentes quando é necessária a intervenção do médico. A base tem sete viaturas, sendo cinco de suporte básico (com um motorista socorrista e uma técnica de enfermagem) e duas avançado. Muitas delas são antigas e estão deterioradas. Uma, de 2006, tem os pneus em condições comprometidas. Outra deixou de rodar por alguns dias com problemas na documentação. Mas o relatório diário lista uma avaria diferente a cada fim de turno. A suporte avançado, que inclui o motorista socorrista, uma enfermeira padrão e um médico, atende, em média, 126 pacientes por mês, ou quatro por dia. Nesta segunda-feira, a única viatura viajou deixando a microrregião desabastecida.
“Nós não estamos rodando com o suporte avançado porque falta a enfermeira. A que temos já completou o limite de horas trabalhadas. Além disso, temos um suporte básico parado por problemas mecânicos”, diz a técnica de enfermagem Juliana Braga Chacon preocupada, ainda, com a retirada no passado da técnica de enfermagem do avançado. “Um membro a mais faz toda diferença. Em uma situação de parada cardiorrespiratória temos todo um esforço físico e ainda precisamos de gente na ventilação e preparando medicamento.” Com temperatura interna chegando a 48 graus em dias quentes, nenhuma das sete viaturas está com o ar condicionado funcionando deixando complicada a situação do paciente durante o atendimento. Para o motorista socorrista Everson Luiz Peletero, que atua no Samu há quase cinco anos, os problemas são maiores e acelerar com as viaturas durante um caso emergencial deixa todos inseguros. “Todas as viaturas têm algum problema, seja mecânico ou suspensão. A gente marca o caso na ficha, vai para a oficina e volta igual”, relata Peletero. Doutor Lapena conversou com uma série de outros socorristas. Eles reclamam, ainda, da falta de materiais como o encosto de cabeça para a prancha, de fardamentos antigos e de macas presas na Santa Casa por falta de leitos no hospital. A gerente de ensino de urgência, Sônia Maria Azarito, reconhece a problemática com as viaturas. “O próprio Governo Federal tinha o planejamento de repor, mas já pedimos e o Ministério da Saúde não deu nenhum prazo. Fazemos os consertos, mas elas são antigas e rodam demais.”
Em relação ao corpo funcional, Sônia admite a ausência de uma viatura pela falta do enfermeiro com a saída recente de três profissionais do quadro do Samu. Já foi pedida essa contratação à Secretaria de Saúde. Dois foram chamados e não quiseram vir. A gerente reconhece que se houver a demanda por dois suportes avançados simultaneamente o médico precisará sair sem o enfermeiro e em uma viatura do suporte básico. Alguns socorristas também reclamaram da ausência de medicamentos. A gerente, por sua vez, nega. Ela concorda, no entanto, com a falta de alguns equipamentos. O Samu já pediu a compra emergencial dos encostos de cabeça e alguns fardamentos já chegaram e serão distribuídos. Sobre as macas na Santa Casa, os leitos ficam ocupados e elas retidas. “Temos macas extras para não parar viatura, mas existem dias que até essas ficam por lá. Pra gente, isso é muito ruim.”
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