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No vai e vem de veículos que cruzam a Via Expressa, um grande cubo de granito chama a atenção de quem passa pelo principal corredor urbano de Araraquara diariamente, em especial, no trecho onde a Rua Antônio Prado encontra com a avenida. Mas, apesar disso, nem todo mundo sabe o que aquela estrutura representa.
Estamos falando do monumento batizado como “Memorial Araraquara 190 anos”, criado pela Lei nº 6648/2007. A edificação foi construída em 2007 para abrigar a “Caixa do Futuro”, um projeto do Executivo para preservar memórias da população da Morada do Sol, e é um dos temas da série de especiais produzidos pela TV Câmara em comemoração aos 207 anos da Morada do Sol, que você assiste clicando aqui.
A ideia da iniciativa foi do prefeito Edinho Silva (PT), que na época estava em seu segundo mandato e se inspirou em uma proposta semelhante surgida na cidade de Franca (SP). Após algumas conversas com colaboradores, o formato foi definido e urnas provisórias foram colocadas no Paço Municipal, escolas e outros espaços públicos, e receberam materiais compartilhados por pessoas de diversas idades e classes sociais.
André Picoli Agatte, que era o presidente da Fundação de Arte e Cultura do Município de Araraquara (Fundart) e coordenou a execução do projeto, destacou que seu papel foi de articular a participação de diferentes atores sociais, de dentro e fora do governo, como a sociedade civil organizada, artistas e estudantes, por exemplo.
A Caixa do Futuro
A criação da Caixa do Futuro foi um trabalho coletivo e contou com a colaboração de algumas pessoas, que hoje têm seus nomes gravados em uma das laterais do monumento. Na placa descerrada na inauguração, foram homenageados a escritora Apparecida Jesus de Godoy Aguiar, o arquiteto Angelo Spoto e o pintor e desenhista Christophe Spoto.
“Ter o reconhecimento é uma coisa que dá muita alegria para a gente. É muito bacana tudo isso, porque é um monumento que será aberto daqui a 100 anos”, disse o artista demonstrando gratidão.
Angelo, pai de Christophe, ficou responsável pelo desenho da construção, optando por uma forma geométrica simples, mas que protegesse o conteúdo guardado durante um século. Depois de uma visita ao espaço escolhido pelo Município, surgiu a ideia do plantio de mudas de oitis, formando uma pequena praça que remeteria à rua Voluntários da Pátria, corredor verde famoso por suas árvores centenárias.
O artista plástico, que na época era presidente do Conselho Municipal de Cultura, mobilizou toda a categoria na cidade, articulando a entrega de obras, desenhos, quadros, fotos e textos, que serão reveladas à comunidade apenas no aniversário de 290 anos de Araraquara, em 22 de agosto de 2107.
Além dos moradores da cidade, o Executivo também contribuiu com o conteúdo da Caixa do Futuro, entregando cópias de Planos Municipais e incentivando, especialmente, a participação das crianças e dos alunos da rede pública de ensino. “Isso estabeleceu um pacto para a cidade que queremos daqui a um século”, enfatizou Edinho.
Apesar do sucesso do projeto, o maior desafio enfrentado pelos envolvidos não foi pensar na preservação dos materiais, mas “engajar as pessoas em algo que superasse as próprias existências”, relembra Agatte.
A inauguração do monumento, que tem uma das obras do araraquarense Jorge Brandão Coutinho, o “Mestre Jorge” (1932-2012), gravada em um dos lados, aconteceu em uma solenidade realizada em 20 de novembro de 2007. Segundo o texto da lei, a construção permanecerá lacrada pelo tempo determinado e qualquer violação, que não seja por motivo de força maior, configurará crime de vandalismo, sujeito às penalidades legais previstas.
Contexto histórico
Para Agatte, “a concretização do projeto serviu para registrar as memórias da cidade, que em 2007 passava por um momento bastante interessante e recebia muitos investimentos”. Naquele ano, Araraquara conquistou o primeiro lugar no Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM), considerando critérios como renda, educação e saúde.
Além disso, 2007 marcou o início das obras do novo contorno ferroviário, que transferiu o pátio de manobras e oficinas das locomotivas para Tutoia e, futuramente, removerá os trilhos que cortam a área central da cidade. O espaço abrigará o Parque dos Trilhos, um local de lazer e convivência para uso da população, que continuará tendo a presença da Caixa do Futuro em seu entorno, estabelecendo uma conexão entre o passado e o futuro.
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