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Discussão sobre fauna silvestre encerra 1ª Semana Municipal de Proteção Animal

Vereadora Luna Meyer (PDT) presidiu audiência pública, que contou com presença de representantes do Executivo, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar

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Na tarde da sexta-feira (27), o Plenário da Câmara Municipal recebeu a Audiência Pública “Fauna e Acolhimento de Animais Silvestres”. Promovida pela vereadora Luna Meyer (PDT), a audiência foi o penúltimo evento da programação da 1ª Semana Municipal de Proteção Animal (Lei Ordinária n° 10.312/2021) – que teve início na segunda-feira (23), com uma audiência pública sobre as políticas de bem-estar animal praticadas na cidade, prosseguiu com duas participações na Tribuna Popular da Sessão Ordinária da terça-feira (24), um encontro na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Subseção Araraquara, na quarta-feira (25) e se encerrará com a feira Gira Pets & Veg, com adoção de animais, amanhã (28), das 9 às 17 horas, no Parque Infantil.

O ponto de partida para as discussões da Audiência Pública foi uma palestra do biólogo e gerente de Áreas de Proteção Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, João Henrique Barbosa, que fez uma ampla explanação sobre a diversificada fauna silvestre – ou seja, composta por animais não domésticos, como gambás, pássaros, onças etc. – presente na cidade, os conflitos que nascem na convivência entre seres humanos e animais silvestres, crimes ambientais, a necessidade de conscientização e sensibilização sobre a importância da biodiversidade e ações implementadas pela Secretaria para preservar a fauna silvestre e promover educação ambiental. “Araraquara tem uma fauna maravilhosa, extensa e complexa, que merece respeito e ações de política pública de manejo e preservação para que as gerações futuras possam conviver com ela também”, observou.

Um dos principais problemas atuais no manejo da biodiversidade em Araraquara é o acolhimento a animais silvestres resgatados, principalmente depois de passarem por intervenções cirúrgicas ou outros tratamentos veterinários mais complexos. “Eu até posso fazer a cirurgia de modo voluntário”, observou a médica veterinária Beatriz Boldrin Mansur, que trabalha em parceria com a Secretaria em vários casos de resgate. “Mas depois este animal não estará imediatamente pronto para ser reintroduzido na natureza. Ele precisará de cuidados, alimentação, abrigo, até se recuperar totalmente. Quem pode fornecer?”

O problema se agravou com o encerramento, no ano passado, de um convênio da Prefeitura com o Parque Ecológico de São Carlos (SP), para onde eram então enviados os animais resgatados até se encontrarem em condições de soltura. Atualmente, os Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), administrados pelo Ibama, que seriam a opção nesses casos, encontram-se distantes da cidade e, em geral, lotados.

Outros relatos foram ouvidos no Plenário, como a experiência da cuidadora Deuseli Battain, que falou das dificuldades de se empregar esforços para a recuperação de animais sem contar com uma estrutura pública de apoio; da advogada animalista e coordenadora de Bem-Estar Animal, Carol Galvão, que recebe chamadas referentes a animais a serem resgatados, principalmente nos finais de semana, e fez um apelo à população: “Animais silvestres não são pets!”, chamando a atenção para a situação corriqueira de pessoas que querem possuir um animal não doméstico em casa; do bombeiro Fernando Camargo, que trabalha na fase de captura de animais silvestres em área urbana e rural; do sargento da Polícia Militar Fábio Augusto Campos, que recordou a importância de acionar a Polícia Militar ou a Polícia Ambiental em casos de irregularidades; e da advogada animalista Letícia Filpi, que elogiou a rede de serviços para o bem-estar animal da cidade, apontando que esta não é uma realidade na maioria dos municípios brasileiros e falou sobre a necessidade de coordenar as esferas federal, estadual e municipal para tratar da questão do acolhimento e soltura de animais resgatados: “Todo animal silvestre tem uma função ecológica, e temos de começar a nos preocupar com esse problema de forma mais séria”, alertou.

 

Encaminhamentos

Ao final da Audiência Pública, Luna destacou três ações que serão adotadas em breve para buscar soluções para o problema dos animais resgatados. A primeira é uma reunião com veterinários especializados em animais silvestres e a Prefeitura, a fim de construir uma licitação para tratamento emergencial na cidade.

Outra ação será um esforço de ampliação do trabalho de educação ambiental realizado pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, envolvendo também o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema), de modo que todas as escolas do município possam receber palestras sobre a fauna silvestre.

Por fim, a organização de uma comitiva para levar o problema à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) do Estado de São Paulo, a fim de que sejam criados mais espaços para o acolhimento de animais silvestres em todo o estado, vista a atual situação de estrangulamento dos Cetas.

“Araraquara tem uma fauna surpreendentemente rica, e é nosso dever empreender todos os esforços ao nosso alcance para preservá-la”, concluiu. Também estiveram presentes à Audiência o presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Landim (PT), o vice-prefeito e secretário de Trabalho e Desenvolvimento Econômico, Damiano Neto (Progressistas), o presidente do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema), Wando de Oliveira Santos e a coordenadora da Guarda Civil Municipal de Araraquara, Juliana Zaccaro.

Confira a íntegra da audiência pública aqui.

 

Serviço

Caso tenha notícias de animais silvestres em situação de risco ou vulnerabilidade, entre em contato com os seguintes órgãos:

  • Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Coordenadoria Executiva de Gestão Ambiental): (16) 3339-5000; email: coordgambiental@araraquara.sp.gov.br
  • Polícia Ambiental: (16) 3331-3797 ou (16) 3335-7980


Publicado em: 27 de janeiro de 2023

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Categoria: Câmara

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