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Uma comissão de vereadores liderada pelo presidente da Câmara Municipal de Araraquara, vereador Aluisio Boi (MDB), junto dos integrantes da Comissão de Saúde, Educação e Desenvolvimento Social da Câmara, Gerson da Farmácia (MDB), João Clemente (PSDB) e Luna Meyer (PDT), além dos vereadores Edson Hel (Cidadania) e Paulo Landim (PT) se reuniram, nesta sexta-feira (28), com a diretoria da Santa Casa de Araraquara, para esclarecer algumas questões que têm chegado ao Legislativo, sobre atendimento de Covid-19 e demais enfermidades.
“Objetivo da reunião é dar transparência. Viemos dialogar para saber, de fato, de que forma a pandemia está afetando a Santa Casa e, consequentemente, as internações, buscando construir um caminho, para, ao menos, amenizar os problemas e ter essa relação de convivência pacífica e de confiança. A intenção é tirar as dúvidas e colocar a Câmara Municipal sempre à disposição da Santa Casa”, disse Boi, ao fazer a abertura das conversas.
O parlamentar fez questionamentos sobre um novo convênio que a Santa Casa fechou e que, segundo chegou aos vereadores, seria a razão de o atendimento SUS sofrer prejuízos. Abordou a questão do número de leitos reservados ao Sistema Único de Saúde, os oito respiradores que a instituição recebeu e estaria devolvendo, além de uma informação semanal à Comissão de Saúde, sobre as atividades da Santa Casa.
O diretor técnico da Santa Casa, André Peluso Nogueira afirmou que não houve redução de leitos para atender SUS. O que foi contratado e é pago pelo governo é oferecido à população. “Todos os leitos estão no Portal da Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (Cross). Muitos leitos da região foram cortados, o que aumentou ainda mais a demanda em Araraquara, para tratamento de doenças respiratórias, cardiovasculares e outras”, disse o médico.
Ele também informou que há pouco tempo, o hospital tinha estoque de medicamentos para intubação para apenas dois dias e não poderia receber novos pacientes. Os medicamentos chegaram e tiraram a instituição do estado crítico, mas o estado de alerta continua. Outra situação relatada: medicamentos que custavam R$ 600 mil/mês, hoje custam mais de R$ 2 milhões. Foi explicado que há quase 60 dias estão acontecendo reuniões com a Prefeitura, DRS e Ministério Público para se chegar a uma solução para um impasse, segundo a diretoria: “nós produzimos mais do que recebemos. Da forma como está, a Santa Casa de Araraquara vai fechar”, alertou Marco A. C. Brandão, vice-provedor. Essa narrativa foi confirmada por todo o corpo diretivo.
Foi informado que a instituição tinha um convênio com o São Francisco e hoje firmou um novo contrato menor com outra empresa, e, de acordo com Brandão, vai ajudar a pagar a conta das internações do SUS, que não têm o custo total coberto pelo governo. No exercício de 2020 a Santa Casa atendeu muito mais do que o contratado e teve que buscar recursos em bancos.
Os oito respiradores não foram devolvidos. Eles estão alocados em outros alas para atender o público em geral, uma vez que o custeio, demais equipamentos, materiais, produtos e pessoal não foram efetivados. O que foi devolvido foram oito monitores.
Depois de quase duas horas de reunião, inclusive com a projeção de slides do que era apresentado, o presidente da Câmara disse que a reunião foi muito proveitosa, pois “todas as dúvidas foram sanadas, principalmente com relação à falta de leitos para internação. O importante é que abriu um canal de diálogo com a Comissão de Saúde da Câmara, que terá um contato semanal, inclusive com a apresentação das planilhas dos últimos procedimentos pela Santa Casa. Serão apresentados também os problemas e dificuldades da instituição, para que possamos levar ao Executivo, pois muitas ações dependem da Prefeitura. Dependem também da força dos vereadores, que podem buscar recursos com os deputados, pois isso é fundamental nesse momento”, enfatizou Boi.
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