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Publicado por: Foto: Lucas Tanuri

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Na tarde da quarta-feira (22), o Plenarinho da Câmara Municipal de Araraquara recebeu a visita da ilustre gravadora Maria Bonomi. Aluna do araraquarense Lívio Abramo, pioneiro na arte de gravar no país, ela participou, junto com a professora do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo Mayra Laudana, de um bate-papo sobre gravura e sua história no Brasil e no mundo. Na plateia, os amantes da arte acompanhavam atentos as palavras da artista plástica que, ao contar parte de sua trajetória e de sua experiência com Abramo, ensinava e descontruía conceitos. Entre os espectadores, estavam a secretária de Cultura, Teresa Telarolli, a presidente da Fundação de Arte e Cultura do Município de Araraquara (Fundart), Gabriela Palombo, o vereador Elias Chediek (MDB) e a curadora da 5ª Bienal Internacional de Gravura Lívio Abramo, Rita Michelutti.

A gravura de Maria Bonomi

Maria Bonomi foi fundamental para alterar o significado de gravura no Brasil, que deixou de ser uma arte intimista para adquirir grandes formatos e ganhar presença em espaços públicos. Tal mudança é fruto da originalidade e paixão da artista. Segundo ela, a gravura, diferentemente do que imaginamos no senso comum, não é um mero desenho ou reprodução. “Não se desenha uma gravura, ela é feita dentro da gente e depois colocada no suporte.” Para a artista, a significação do trabalho, sua substância e a emoção colocada nele é que possibilitam uma criação autêntica e inovadora.

Aprendizado, dedicação e afetos

Ao falar de sua trajetória, ela conta sobre uma dedicação incansável. “Quando comecei a trabalhar com Lívio, lixava madeira. Tínhamos que trabalhar no material até que adquirisse textura de bumbum de neném”, brinca a artista. E ainda que a trajetória não tenha sido fácil e que muitos trabalhos não tenham dado certo, a dedicação possibilitou que ela alçasse voos maiores, tornando-se uma referência mundial na arte de gravar. Durante o bate-papo, Maria Bonomi também expôs ao público as fotografias, cartas e outros registros do tempo que foi aluna de Lívio, tempo de que ela se recorda com bastante carinho. “Lívio Abramo, o amigo que estruturou o saber artístico e cultural de várias gerações! Fui agraciada com seu convívio por muitos e muitos anos de exercício e raciocínio; primeiro como aluna, até chegar como sua assistente e amiga, até o fim de sua vida.”

5ª Bienal Internacional de Gravura Lívio Abramo

Em 2011, foi aprovado, na Câmara Municipal de Araraquara, um projeto de autoria do vereador Elias Chediek (MDB), que instituiu a criação da Bienal da Gravura Lívio Abramo em Araraquara. Desde então, a mostra apresenta-se não apenas como uma homenagem a seu patrono, mas também como uma tentativa de manter viva na cidade a arte de gravar no Brasil, seja na memória dos apreciadores ou na dos aspirantes a artistas. Em sua quinta edição, a exposição traz artistas de diversas nacionalidades que se aproximam do humanismo presente no trabalho de Abramo, dentre eles, Maria Bonomi. A curadora da bienal, Rita Michelutti, falou sobre o processo da seleção. “Foi um trabalho de pesquisa minuciosa para encontrar artistas que se relacionassem com a gravura de modo intenso, assim como Lívio. São gravadores que tiveram a gravura como parte de sua vida, e o resultado dessa relação é admirável.” Para quem quiser conferir um pouco da bienal, as obras ficam disponíveis na Casa da Cultura para a visita do público até 30 de janeiro.

Visite

Casa da Cultura Luís Antonio Martinez Corrêa

Endereço: Rua São Bento, 909 – Centro, Araraquara

Horário de funcionamento: das 9h às 18h45

Confira fotos aqui.